quinta-feira, 26 de maio de 2011

EFOLIO B Psicologia do Desenvolvimento
Pergunta 1
O desenvolvimento Humano – Infância e contextos sociais
Palavras-chave:
  • Socialização primária


·         Socialização secundária            
·         Interacções       
·         Modelo de Bonfenbrenner - A Teoria Bioecológica dos sistemas
·         Modelo de Vygotsky - Teoria Sociocultural de Vygotsky
·         Infância
·         Desenvolvimento físico
·         Vinculação
·         Separação/individuação
·         Protecção e Segurança



Resumo: O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no momento da fecundação, é dentro do ventre da mãe que o bebé começa a estabelecer um vínculo com esta e com a cultura onde se insere. A interacção com o meio ambiente que o rodeia é imediata e através dela o bebé vai permitir constituir-se, desenvolver-se e sobreviver - sociabilização. Dividido por diversas fases o ciclo do desenvolvimento humano abrange a infância, a adolescência, a idade adulta e por fim a velhice. Sendo a infância o inicio dessa viagem encontra-se estruturada em três fases fundamentais que abrangem os primeiros 12 anos de vida. Estes primeiros anos são de extrema importância devido às aquisições cognitivas e sociais adquiridas assim como pelo seu desenvolvimento físico mais vincado.

Socialização é a interiorização por parte de cada indivíduo das normas e valores da sociedade em que está inserido. É um processo de aprendizagem e adaptação determinante para a integração social, de interacção da criança com o meio envolvente. Existem 2 tipos de socialização: a socialização primária e a socialização secundária. A socialização primária é feita no seio familiar e ocorre durante os primeiros anos da infância. A socialização secundária ocorre quando o indivíduo se insere num novo contexto social – a escola, trabalho, um clube, etc. Para a criança a escola é o meio socializador que lhe vai transmitir os conhecimentos necessários a um desenvolvimento produtivo e social. A escola vai permitir à criança o alargamento da sua visão do mundo e o desenvolvimento das suas aquisições e competências. Vygotsky na sua Teoria Sociocultural defende que “só a boa educação conduz ao desenvolvimento” (Redescobrir Vygotsky, pág. 9). O desenvolvimento e a educação são um processo cooperativo onde a Zona de Desenvolvimento Proximidal é precursora da aquisição de novas competências, isto é, através da interacção entre pares, adultos ou alunos mais velhos, a criança consegue desenvolver as suas aquisições para níveis mais elevados conseguindo, desta forma, adquirir novas competências – neoformações. Para Vygotsky o desenvolvimento da criança está ligado à internalização de “signos e símbolos culturais”(Redescobrir Vygotsky, pág. 5). Considera a comunicação, verbal ou não-verbal, um precursor do desenvolvimento. Contudo, a criança não sofre influências passivamente, segundo o Modelo Bioecológico de Bronfenbrenner (modelo PPCT: pessoa, processo, contexto e tempo) a criança é um elemento activo no seu desenvolvimento (estabelece relações bidireccionais e recíprocas – processos proximais). Bonfenbrenner defende um conjunto de sistemas encaixados entre si que interferem e actuam no desenvolvimento da criança. Cada um desses sistemas é chamado por: micro, meso, exo e macro sistema e têm como fundamento o facto de não se limitarem a um único tempo/local imediato. Segundo Bonfenbrenner e Morris (1998) “o desenvolvimento infantil ocorre conforme a criança se envolve activamente com o ambiente físico e social” através dos processos proximais. Os processos proximais não são, pois, unidireccionais como já antes mencionado. O desenvolvimento humano dá-se ao longo de toda a vida do indivíduo e as suas aquisições vão-se desenvolvendo dentro dos processos proximais consoante as características da pessoa, o contexto onde está inserida, as continuidades sociais e as mudanças temporais a que está sujeita podendo, no entanto, estabelecer-se através de relações interpessoais ou com objectos e símbolos.
O desenvolvimento humano não é, contudo, linear e está associado ao crescimento e à maturação do indivíduo. É dividido por diversas fases sendo a primeira delas a infância. Estruturada em 3 fases etárias que englobam diferentes características: os dois primeiros anos de vida, pré-escolar e período escolar; a infância é considerada uma etapa fundamental, por Piaget, Freud e Erikson, pelas aquisições cognitivas e sociais que engloba.
Os primeiros dois anos de vida são caracterizados pelo período de crescimento mais acentuado da vida da criança, aumenta de peso, aprende a gatinhar, a andar, a falar. A necessidade de comunicação do bebé leva ao desenvolvimento da linguagem e o desenvolvimento cognitivo - cognição – toma um papel relevante na adaptação da criança ao meio envolvente. Nesta fase, principalmente nos primeiros 3/4 meses o bebé sente necessidade de criar laços emocionais com a mãe e outras figuras próximas – vinculação. Mary Ainsworth desenvolveu uma teoria de vinculação cujo resultado mostrou que o bebé tem necessidade de contacto físico com um outro ser humano. “Esta é uma necessidade social é tão necessária como o alimento ou o calor. Trata-se de uma necessidade inata e não aprendida”(Texto 5, pág. 20). Esta necessidade de afecto e contacto foi também estudada por Spitz, Harlow e Bowlby. A vinculação está directamente ligada ao sentimento de protecção e segurança de que o bebé precisa para se desenvolver, para arriscar a exploração do mundo que o rodeia sabendo que pode sempre voltar para junto dos pais. A idade pré-escolar (dos 2 aos 6 anos) é um período de mudanças significativas, a aquisição da linguagem, um grande desenvolvimento das capacidades de aprendizagem e uma evolução da motricidade grossa e fina da criança assim como das suas capacidades sociais e a adopção de uma atitude cada vez mais independente pode significar a separação/individuação por parte da criança. É nesta fase que a criança começa a construir a sua auto-estima, e por isso afasta-se das personagens que significam a vinculação (pais). O egocentrismo predominante nesta fase mostra a incapacidade da criança em compreender outro ponto de vista que não o seu, a incapacidade que tem em perceber sentimentos que não os seus permite à criança um avanço significativo da sua individuação. Na fase escolar (entre os 6 e os 12 anos – período de latência) a criança está fisicamente numa fase de aperfeiçoamento, adquire novas competências como ler e escrever e crescem mais lentamente. Socialmente interage activamente com os seus pares e professores, descobre novas regras e realidades mas também mais liberdade e novas oportunidades. É uma fase em que é conseguido o equilíbrio entre a vinculação e a separação pois a “necessidade de protecção e os valores e estilos da família não são postos em causa pela criança. A família é então o contexto de vida mais importante e a dependência é valorizada positivamente. Às grandes mudanças da primeira e segunda infância segue-se um período de acalmia no plano pulsional/afectivo e no plano das relações familiares” (texto 5, pág. 8).

Bibliografia
·         Martins, Edna & Szymansky, Heloisa, A Abordagem Ecológica de Urie Bronfenbrenner Em Estudos Com Familias, Estudos e Pesquisas em Psicologia, UERJ, RJ, Ano 44, n.º 1, 1.º semestre 2004
  • Tavares et al. (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Porto: Porto Editora.
  • Texto 4, O Processo de Socialização, disponibilizado Online 2011
  • Texto 5, O comportamento de vinculação, disponibilizado Online, 2011
  • Redescobrir Vygotsky, Destacável da Revista Noesis N.º 77
·         http://pt.shvoong.com/social-sciences/sociology/1732886-socializa%C3%A7%C3%A3o-seus-tipos/ - Ana Batista e Gonçalo Ambrósio (Fevereiro de 2011) – acedido online em Fevereiro de 2011
·         Psicologia do Desenvolvimento. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/10880772/Psicologia-de-desenvolvimento [acedido em 17-03-2011


Pergunta 2
Uma reflexão sobre o percurso efectuado na UC de Psicologia do Desenvolvimento.
 Antes de mais devo dizer que esta foi uma UC que me cativou desde o inicio mas nem sempre foi fácil acompanhar as tarefas apresentadas pela professora, não porque fossem de difícil realização mas porque o constante recurso a novas tecnologias como o pretzi e o voky me atrapalharam imenso. O único tema em que não consegui colocar as leituras em dia foi o último, da velhice mas apesar de ter as leituras em dia nos outros temas, como tive dificuldade em trabalhar com o cmap tools e não consegui fazer o pretzi e o voky, desmotivei um pouco e não participei como deveria nos fóruns, até que tinha duvidas. Senti também falta de mais discussão, nestes últimos temas, por parte dos meus colegas, talvez pelos mesmos motivos que eu apresentei.
Quanto aos ganhos em termos de aprendizagem foram imensos, aprendi que apesar das dificuldades sentidas não se deve desistir pois isso reflectiu-se na execução deste efolio. A nível pessoal esta UC ensinou-me a olhar para trás e rever-me nalgumas situações que estavam presas no meu subconsciente e que parece que acordaram e eu pude perceber o porquê, compreendo agora melhor as reacções dos meus filhos e tento ajudá-los e orientá-los de uma forma mais natural e mais livre para que eles possam tomar as suas decisões. Como professora foi importante perceber como as mudanças físicas, cognitivas e sociais das crianças se processam, consegui adaptar o meu método de ensino em situações específicas, embora ainda seja um processo em mutação, estudo e adaptação.
Interessou-me estudar, essencialmente, como mãe o processo da adolescência pois tendo um filho a entrar, em breve, nesta fase e pretendo minimizar os erros que possa cometer. Achei muito interessante o filme Babies. O Modelo de Bronfenbrenner foi um pouco confuso para mim.
Achei muito interessante que a professora mantivesse um ritmo de trabalho exigente apesar de ser difícil de acompanhar e sim, às vezes fazemos uma má gestão do nosso tempo e não conseguimos realizar as tarefas propostas. O meu volume de trabalho nesta altura é imenso o que não me permitia frequentar a sala de aula tantas vezes como as pretendidas mas podia ter feito melhor, contudo, penso que a avaliação é a adequada pois desde o inicio que a professora nos diz que era sua intenção “obrigar-nos” a frequentar a sala de aula.
Gostaria imenso de estudar mais profundamente as especificidades das NEE – necessidades especiais educativas, primeiro porque tenho alunos que estão abrangidos nesta categoria e em segundo porque tenho um filho sobredotado o que me suscita muita curiosidade sobre a origem e o desenvolvimento cognitivo da sobredotação assim como a procura de uma forma de o orientar na sua educação sem o pressionar e sem o travar.